topo_M_Jose_prata_Ivanir_Alves_Corgozinho_n

SEÇÕES

José Prata: O PT não deveria apostar tudo na “nacionalização” das eleições; é preciso “mergulhar” nas agendas municipais

Neste ano, teremos eleições municipais e o Partido está muito motivado com a possibilidade de “nacionalização” da disputa pelas Prefeituras e Câmaras Municipais, o que nunca aconteceu no Brasil e provavelmente não vai acontecer novamente nas eleições deste ano de 2024. Claro que algum espaço tem para a nacionalização das eleições municipais, mas o que decidirá mesmo é o sentimento de continuidade ou de mudança nos municípios. Temos um cenário desafiador: somos muito frágeis nas prefeituras e nas Câmaras de Vereadores e, tudo indica, que será uma eleição marcada pelo sentimento de continuidade. Neste sentido, a nacionalização não resolve nossa fragilidade nos municípios; e, sendo uma eleição de continuidade, como temos poucos prefeitos, remaremos “contra a maré”, como oposição, na maioria esmagadora dos municípios. Por isso defendo que, além de apostar na nacionalização, sobretudo naqueles municípios em que Lula venceu as eleições e seu governo tem uma boa aprovação, temos que “mergulhar” fundo nas agendas políticas de nossas cidades. Para facilitar a compreensão dos leitores, optei por publicar as seis tabelas ao final do texto para aqueles e aquelas que queiram fazer análises mais pormenorizadas.

PT JÁ FOI MUITO FORTE NOS MUNICÍPIOS; MAS HOJE TEM POUCOS PREFEITOS E VEREADORES; NÃO TEM NENHUM PREFEITO DE CAPITAL E SÓ GOVERNA QUATRO GRANDES CIDADES BRASILEIRAS. Desde 2012, provavelmente em função dos enormes ataques sofridos e em função da prioridade para a defesa de um projeto nacional e de nossas lideranças, o PT vem perdendo, de forma acelerada, suas bases municipais. Nosso Partido tinha 409 prefeitos(as), em 2004, saltou para 558, em 2008, terceiro maior partido nos municípios atrás apenas do MDB e PSDB, e teve seu melhor desempenho, em 2012, com 638 prefeitos, de novo na terceira colocação atrás, mais uma vez, do MDB e PSDB; em 2016, o PT encolheu para 254 prefeitos e, em 2020, recuou ainda mais para apenas 183 prefeitos, ficando apenas na 11ª colocação dentre os partidos brasileiros.(…) Em 2020, a política municipal era dominada amplamente por cinco partidos de centro, o MDB, PP, PSD, PSDB e DEM (União Brasil), com 2.968 prefeitos, o que correspondia a 54% dos prefeitos do Brasil. Veja a tabela 1.

Matéria do site do Senado avaliou assim as eleições municipais de 2020: “MDB, PSD, PP e DEM, legendas consideradas fiéis da balança no Congresso Nacional, vão governar cerca de 43% da população brasileira. Esses quatro partidos conquistaram 13 das 25 capitais brasileiras em disputa (Macapá, capital do Amapá, teve seu pleito adiado para dezembro devido ao apagão que atingiu o estado, e Brasília não realiza eleições municipais, embora o Distrito Federal seja governado pelo MDB). Além disso, conquistaram 43 dos 96 maiores municípios brasileiros (capitais e cidades com mais de 200 mil eleitores) e 2.591 do total de 5.570 cidades do país. Se somadas as populações das cidades onde MDB, PSD, PP e DEM venceram as eleições, chega-se a 90,2 milhões de pessoas cujo dia a dia será administrado por prefeitos desses partidos. O contingente é próximo à metade do total de brasileiros, segundo a consolidação mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O MDB tem a dianteira, com 26 milhões de habitantes em 786 cidades, incluindo cinco capitais — os números de cidades e capitais são os maiores para um único partido em 2020. O DEM governará 24,4 milhões de habitantes, metade dos quais estão em Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Curitiba (PR). O PSD terá 23 milhões, com destaque para Belo Horizonte (MG), e o PP governará 16,6 milhões, mesmo sem ter vencido nenhuma cidade com mais de 1 milhão de habitantes. Além desse grupo, o PSDB fecha a lista dos 5 partidos que chefiarão mais prefeituras a partir de 2020, e aproveitou o segundo turno para melhorar o seu retrato nas urnas. A sigla foi a que mais perdeu prefeitos e vereadores em números absolutos, mas manteve o comando da maior cidade do país, São Paulo (SP), e levou 18 dos 96 maiores municípios. Ao todo, o PSDB governará a maior fatia do país para um partido só: 34 milhões de pessoas, ou 16% da população nacional. Mais de um terço desse total está apenas na capital paulista”.

O site do Senado registra o enfraquecimento dos partidos de esquerda: “O resultado do segundo turno também confirmou a redução do espaço dos partidos tradicionais de esquerda. PDT, PSB, PT e PCdoB perderam prefeituras em relação a 2016 e governarão, juntos, 27 milhões de habitantes, ou menos de 13% da população total. O grupo venceu em apenas 12 das 96 maiores cidades. Apenas quatro capitais serão chefiadas por essas legendas, todas no Nordeste: Recife (PE) e Maceió (AL) com o PSB, Fortaleza (CE) e Aracaju (SE) com o PDT. É a primeira vez desde a redemocratização do país que o PT não elege nenhum prefeito de capital”.

E mais grave ainda: a esquerda, sobretudo o PT, recuou muito desde 2012 no número de prefeitos, com destaque para o recuo nas grandes cidades. Veja a tabela 2. Veja só: PT e PSDB revezaram na primeira e na segunda colocação, durante 16 anos, no número de prefeituras nas grandes cidades. Em 2000, o PT tinha 22 prefeituras de grandes cidades e o PSDB 18; em 2004, o PT manteve a hegemonia com 21 a 20; em 2008, o PT disparou com 25 a 14; em 2016, o PSDB conquistou 29 grandes cidades e o PT foi massacrado ficando apenas com 1; em 2020, o PT teve uma tímida recuperação, com a conquista de quatro cidades (Contagem, Juiz de Fora, Diadema e Mauá). Com menos prefeitos e, sobretudo com a perda das grandes cidades, desabou o número de pessoas governadas pelo PT; em 2020, o PT passou a governar apenas 6.045.238 pessoas (2,9% da população brasileira).(…) Nos últimos anos, com a migração de Partidos de prefeitos, o grande crescimento foi do PSD, que se tornou o maior partido dos municípios, com 968 prefeitos e prefeitas, resultado, sobretudo, da debandada de prefeitos tucanos de São Paulo, articulada pelo Gilberto Kassab. Veja a tabela 3.

O PT viu também sua representação nas Câmaras Municipais desabar nas duas últimas eleições. Veja a tabela 4. Nosso Partido atingiu força máxima nas eleições de 2012, quando elegeu 5.200 vereadores e vereadoras em todo o Brasil; nas eleições de 2020, a representação do PT nas Câmaras Municipais foi reduzida para quase a metade, apenas 2.700 vereadores. De outro lado, cinco partidos de centro (MDB, PP, PSD, PSDB e DEM (União Brasil) elegeram 28.000 vereadores, o que representa 48% dos 58.208 vereadores de todo o Brasil.

Quando analisamos os números de prefeitos e vereadores por Estado, fica clara a fragilidade enorme de nosso Partido em Estados fundamentais como São Paulo e Rio de Janeiro, fundamentais nas disputas nacionais, e onde nossa representação é mínima. Veja a tabela 5. Dois casos mais impressionantes são de São Paulo e Rio de Janeiro. São Paulo tem 645 municípios e lá o PT tem apenas 4 prefeituras; no Rio de Janeiro, com 92 municípios, o PT tem apenas 1 prefeito. Em nove estados, o PT tem 0 ou 1 prefeitos, incluindo ai estados do Nordeste como Maranhão e Paraíba. Mesmo Minas Gerais a baixa representatividade do PT nos municípios é evidente: temos apenas 28 prefeitos, 12ª colocação, e 370 vereadores, 11ª colocação dentre os partidos de Minas Gerais. É ou não é um quadro dramático para quem governa o Brasil?

Hegemonia do “Centrão” nos municípios mudou a correlação de forças na Câmara Federal e praticamente acabou com o presidencialismo de coalizão. As mudanças na política municipal, a partir de 2012, explicam, em grande medida, a correlação de forças na Câmara Federal; o Centrão é muito forte porque domina amplamente a política municipal. Estudo realizado por Felipe Nunes, da Quaest, divulgado na Globo News, mostra isto. O cientista político afirmou que PL e PT elegem muitos deputados “sem precisar de prefeitos e vereadores”; mas o desempenho dos partidos do Centrão na eleição de deputados federais “praticamente repete a votação para prefeitos e vereadores”.(…) Veja só: o presidencialismo de coalização nos governos FHC e Lula era sustentado por dois partidos muito fortes nos municípios e também no Congresso Nacional, especialmente na Câmara dos Deputados. No mandato conquistado, em 1994, FHC era sustentado pelo PSDB e PFL, com 196 deputados, quase 40% da Câmara dos Deputados; em 1998, os dois partidos que sustentaram o segundo mandato de FHC tinham 204 deputados. Em 2002, Lula venceu as eleições e os dois partidos que ancoraram o seu governo, PT e PMDB, tinham 166 deputados; em 2006, no segundo mandato de Lula, PT e PMDB tinham 172 deputados. Em 2010, Dilma venceu as eleições e os dois partidos mantiveram a representação com 164 deputados; em 2014 a base de apoio dos dois partidos aos nossos governos, PT e PMDB, recuou para 135 deputados. Nas eleições seguintes, praticamente acabaram os grandes partidos com aproximadamente 100 deputados, à exceção do PL agora em 2022, e proliferaram os partidos médios; com isso abriu-se uma “janela de oportunidades” que levou a criação do Centrão, como uma espécie de federação dos partidos médios de centro; isto levou ao esgotamento do presidencialismo de coalizão, sustentado em torno de dois grandes partidos, e foi criado na prática um semipresidencialismo, com a Câmara dos Deputados muito empoderada pelo orçamento impositivo e com gestão de boa parte do orçamento público, sobretudo para investimento.(…) Vale dizer que o recuo do PT, por exemplo, é muito mais amplo do que mostram os números; isto porque se nosso Partido recuou de 91 deputados, em 2002, para 68 agora, é preciso considerar que no passado nossa bancada era muito maior mesmo com as coligações proporcionais que nos tiravam dezenas de vagas; agora temos menos deputados, mesmo tendo “coligação” somente na federação do PT, PV e PCdoB. Outra mudança expressiva na nossa representação parlamentar é que, no passado, nossa representação parlamentar, era vinculada mais à velha guarda do PT, foi construída nas lutas sociais e eram mais universais; com isso eram os potenciais prefeitos e prefeitas nas médias e grandes cidades e, eleitos, abriam espaço para a subida de nossas lideranças que eram suplentes e, assim, o Partido se renovava permanentemente. Hoje, nossa representação parlamentar, pouco vinculada às disputas municipais, são representativas de segmentos sociais, grupos identitários, e com votação muito fragmentada nos estados. O que impressiona é que temos 68 deputados federais e 118 deputados estaduais, num total de 184 parlamentares, quase todos com domicílios eleitorais em cidades médias e grandes, e poucos são candidaturas competitivas para as mais importantes prefeituras do Brasil. Por isso a situação do PT na eleição deste ano é tão complicada: temos poucos prefeitos numa situação que a tendência é de continuidade nos municípios; temos muitos deputados mas que são candidaturas pouco competitivas nas grandes cidades; e não se cria lideranças potentes e universais da “noite para o dia”.

PROPOSTA DE “NACIONALIZAÇÃO” DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS NÃO VAI CONSEGUIR SUPERAR A FRAGILIDADE DO PT NOS MUNICÍPIOS. Nas minhas análises, desde o ano passado, tenho firmado uma avaliação de que não teremos em 2024 a nacionalização das eleições municipais; isso nunca aconteceu no Brasil e não deverá acontecer neste ano. Veja só: não temos tradição no Brasil, em função de uma série de particularidades, especialmente em função dos sistema multipartidário, com existência de até oito partidos grandes e médios, de uma verticalização da política desde o plano nacional, na eleição presidencial, até o município nas eleições para prefeitos e vereadores. Em países, com poucos partidos, são eles que hegemonizam a eleição no plano nacional até o local; nestes casos existe uma grande verticalização da política já que os partidos mais representativos são os mesmos em todas as eleições nas três esferas de governo. No Brasil é diferente. Nas eleições municipais, PT e PL serão bem votados, mas os partidos de centro, que tiveram pequeno protagonismo na eleição presidencial – PSD, PP, União Brasil, MDB, PSDB -, terão a maioria das candidaturas competitivas e elegerão a maioria dos prefeitos e vereadores. Nos municípios, pelo menos pelos dados atuais com a troca de partidos, são os partidos de centro os que têm o maior número de prefeitos: PSD lidera com 968 prefeitos, MDB vem em seguida com 838, seguidos do PP (712) e União Brasil (564); PT e PL, os principais protagonistas no plano federal, tem respectivamente 227 e 371 prefeitos. E veja só: mesmo nos municípios que PT e PL tiverem candidatos não está garantida a polarização porque um partido pode ser competitivo e o outro não e a polarização será com outro partido de centro direita que tiver uma candidatura competitiva. E naqueles municípios com candidaturas de centro na liderança dificilmente estes partidos irão aceitar coligações com o PT, por exemplo, se a exigência for nacionalizar a eleição. (…) Na minha análise o governo Lula e o próprio presidente não terão condições de nacionalizar as eleições. Lula dificilmente terá condições, ele próprio, de se engajar numa polarização das eleições municipais, sobretudo no primeiro turno, porque isso destruiria a governabilidade no plano federal. Veja só o que informa o jornal Folha S.Paulo, de 16/01/2024: “Lula orienta ministros sobre participação em campanhas municipais e recomendação é que evitem cidades que haja mais de um candidato da base aliada para que não haja turbulência no governo”; o jornal admite que esta orientação não será seguida nem mesmo por Lula, mas não será, em minha opinião, uma presença massiva de Lula na eleição, mas apenas naqueles locais, sobretudo no segundo turno, onde a polarização seja do PT, partidos de esquerda ou de centro vinculados ao governo e de candidaturas vinculadas ao PL ou de bolsonaristas de partidos de centro.(…) Sustento também a tese de que a extrema direita terá grande dificuldade de nacionalizar a eleição. O PL terá grande dificuldade de transformar as eleições municipais em um “terceiro turno” das eleições presidenciais, como deseja, porque o governo Lula está dando certo: bom crescimento econômico; geração de 1,502 milhão empregos em 2023; aprovação do novo arcabouço fiscal; aprovação da reforma tributária, retorno dos programas sociais – Bolsa Família, Mais Médicos, reajuste real do salário mínimo; queda da inflação; forte inserção do Brasil no cenário internacional.

A força dos prefeitos vai se sobrepor à nacionalização das eleições municipais. O jornal Valor Econômico publicou uma longa matéria no dia 16 de janeiro, com o título “Força dos prefeitos relativiza polarização nas eleições”. Trata-se de uma análise muito próxima da que realizei em um longo artigo que publiquei no blog do Zé Prata e Ivanir, em dezembro de 2023. O colunista César Felício abre o artigo dizendo: “A força dos prefeitos candidatos à reeleição este ano deve prevalecer sobre a polarização nacional entre os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o ex-presidente Jair Bolsonaro”. O jornal ouviu três grandes especialistas em comunicação. Felipe Nunes, da Quaest: “O primeiro fator será a avaliação do incumbente. A polarização nacional virá depois”; vale ressaltar, neste caso, uma mudança de avaliação do analista que, no dia 31/12/2023, em artigo em O Globo apostava numa eleição polarizada: “A eleição municipal da polarização: a nova disputa de torcidas tem tudo para chegar aos pleitos municipais de 2024. Cada eleição acaba contando uma história do momento político, da conjuntura de humores, do desempenho econômico. Se a eleição de 2016 marcou o início dos outsiders na política, se a eleição de 2020 refletiu os efeitos da pandemia, arrisco dizer que a eleição de 2024, sobretudo nas grandes cidades, deverá ficar para a História como a eleição da polarização”. Antônio Lavareda do Ipespe: “A polarização vai ajudar a projetar nomes, mas o perfil de administrador será determinante”. Maurício Moura, do instituto de pesquisa Ideia: “Os partidos que mais elegem prefeitos nunca elegeram o presidente e as eleições municipais são as que menos tendem a repetir a polarização nacional”.

Nacionalização é uma possibilidade, mas de forma mais pontual e complementar. Quando dizemos que a eleição municipal não será nacionalizada, não significa que as questões nacionais, especialmente as lideranças de Lula e Bolsonaro, possa ter uma influência importante nos resultados eleitorais. Por exemplo: um prefeito ou um candidato novo bem avaliado se for vinculado a uma das duas lideranças nacionais que venceu a disputa presidencial em seu município trata-se, neste caso, o potencial de votos municipal e nacional podem se somar e facilitar a vitória do candidato. Outro exemplo: a eleição no segundo turno, que em 2020 aconteceram em 57 grandes municípios brasileiros. Em uma cidade que tiver candidatos vinculados a Lula e Bolsonaro, como é o caso da cidade de São Paulo, poderá sim, além do programa de governo municipal, ganhar também uma forte coloração nacional. Não deverá ser muitos casos, mas como se trata de municípios muito grandes, a nacionalização poderá ser expressiva porque pesará muito no resultado eleitoral, não pelo número de municípios, mas da “população governada” por um partido.

A POLARIZAÇÃO NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS SERÁ, COMO SEMPRE FOI, EM TORNO DAS QUESTÕES CONCRETAS DE CADA MUNICÍPIO; ESTE É O GRANDE DESAFIO DO PT QUE TEM POUCOS PREFEITOS, POIS OS PREFEITOS DOS DEMAIS PARTIDOS ESTÃO BEM AVALIADOS. No Brasil, desde sempre, se especula sobre a nacionalização das eleições municipais. Isto nunca aconteceu massivamente e não deverá acontecer agora novamente. Isto pelas razões que expusemos anteriormente e também por uma razão específica: as eleições municipais são “solteiras” e não acontecem junto com as eleições “gerais” para presidente, governador, senador, deputado federal, deputado estadual. Assim, a pauta nacional não “contamina” muito a eleição municipal, que é polarizada, quase sempre, pelas “questões locais”. De fato a polarização hoje – PT e PL – é muito mais profunda e radical que no passado – PT e PSDB; isto para muitos explica porque as eleições serão nacionalizadas. Não é bem assim. Veja a eleição de 2020, no auge na polarização em nosso País. PT e PL, Lula e Bolsonaro, travaram um combate intenso, o PT lançou um grande número de candidatos; e nas capitais nem PT nem PL elegeram um único prefeito; os partidos de centro ganharam quase tudo. Veja a tabela 6. Outro exemplo que eu gosto de dar. Muita gente debita a derrota do PT nas eleições municipais de 2020 à nacionalização das disputas municipais. Não é bem assim. O PT, com poucos prefeitos, perdeu porque foi uma eleição marcada pela continuidade, já que os prefeitos estavam bem avaliados pelas políticas contra a Covid-19; e veja só: o PT conseguiu reeleger todos os cinco prefeitos das cidades maiores que governava: Teófilo Otoni, São Leopoldo, Lauro de Freitas, Araraquara e Maricá. E venceu as eleições em quatro dos maiores municípios brasileiros: Contagem, Juiz de Fora, Diadema e Mauá.

Todas as pesquisas divulgadas até agora mostram que o que vai polarizar as eleições municipais serão as questões concretas de cada município. Quem tem feito mais pesquisas das eleições municipais até agora é o Instituto Paraná Pesquisas, que, muito criticado, acabou sendo o que acertou os resultados das eleições presidenciais. Pois bem, no início deste ano este Instituto divulgou uma pesquisa específica sobre o “Impacto de apoios a um candidato a Prefeito”. De forma resumida os resultados foram os seguintes: a) Lula: o apoio do presidente “aumenta” em 31,6% a vontade de votar em um candidato a prefeito(a) e os que responderam “não altera”, “diminui” e “não sabe / não respondeu” somaram 68,4%; b) Bolsonaro: o apoio do ex-presidente pesa para 29,2% dos eleitores e os demais 70,8% responderam: “não altera”, “diminui” e “Não sabe / não respondeu”.(…) Na mais recente pesquisa do Paraná Pesquisas para a Prefeitura de São Paulo até mesmo na capital paulista as questões específicas da cidade é que decidirão a eleição. Perguntados “como se dará a preferência para a escolha de um prefeito de São Paulo”, os eleitores responderam: 46,7% pelo projeto de governo que representa; 22,0% por nada disso, vai resolver em quem irá votar apenas na semana da eleição; 16,5% pelo apoio do presidente Lula; 12,4% pelo apoio do ex-presidente Bolsonaro; e 2,3% não sabe / não respondeu.

Existe um “sentimento de continuidade” nos municípios; este é o maior desafio do PT, que tem poucos prefeitos e é oposição nas cidades mais importantes. Pesquisa CNT/MDA, de janeiro de 2024, feita de forma genérica para todas as cidades, mostra que os prefeitos e prefeitas tem, em geral, uma boa avaliação: 45,6% para bom e ótimo; 26,9% afirma ser regular; 23,8% para ruim e péssimo; e 3,7% não sabe / não respondeu.(…) No mês de dezembro passado realizamos um estudo com pesquisas do instituto Realtime BIG Data para governos municipais da Grande BH e outro estudo com pesquisas realizadas pelo Paraná Pesquisas de governos municipais de todo o Brasil. As duas tabelas que apresentamos com 39 cidades indicam que a eleição municipal de 2024 deverá ser marcada pelo desejo de continuidade; em 28 cidades os prefeitos(as) tem aprovação superior à desaprovação e em 11 cidades apenas os prefeitos(as) tem desaprovação superior à aprovação. E veja só: temos ainda muito tempo até as eleições municipais e a tendência é o aumento da aprovação dos prefeitos na reta final de seus mandatos, com ampliação dos investimentos e com a divulgação mais ampla das realizações. Claro que em alguns municípios os prefeitos não podem mais se reeleger e terão dificuldades em emplacar seus sucessores, mas em muitos municípios, como no caso da Grande BH, que não tem segundo turno, mesmo uma aprovação apertada ou até mesmo uma pequena desaprovação não impede a reeleição dos administradores municipais.(…) A situação do PT e de toda a esquerda é muito desafiadora. Temos poucos governos municipais nas grandes cidades, e, em algumas delas, a situação política não é boa, como são os casos de Belém e Mauá e, mesmo em Diadema, a aprovação não é confortável. Em São Paulo, a disputa de Guilherme Boulos e o prefeito Ricardo Nunes será muito apertada, como indica a última pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, de fevereiro de 2024: Boulos lidera no primeiro turno com pequena diferença (por 33,0% a 32,0%, no cenário mais provável; e perde no segundo turno também por pequena diferença (43,3% a 39,6%). Veja só: se Boulos mantiver uma linha de nacionalização das eleições e não “encaixar” um forte agenda municipal poderá perder as eleições; a situação está se tornando desafiadora porque o prefeito Ricardo Nunes, do MDB, está avançando na aprovação popular de seu governo nos eleitores mais pobres que recebem até dois salários mínimos, e, na última pesquisa, do Paraná Pesquisas tem aprovação de 58,3% e desaprovação de 38,0%.

O PT CONTAGEM NÃO VAI APOSTAR NA NACIONALIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES; VAI “MERGULHAR” PROFUNDO NA AGENDA POLÍTICA MUNICIPAL. Marília, já no programa de governo de sua candidatura, em 2020, trabalhou contra a extrema polarização política que temos no Brasil e fixou como objetivo de governo uma maior coesão social: “Marília diz que quem governa tem o dever de governar para todos, de promover a paz e o bem comum. Para Marília a democracia é a solução encontrada nas sociedades modernas para que diferentes interesses, ideologias e opiniões possam conviver pacificamente no dia a dia, e competir pela preferência da maioria nos momentos de eleição. Cada eleição escolhe aqueles que estarão no governo, mas também indica aqueles que serão da oposição, e ambos gozam da legitimidade do voto popular. Quem governa tem o dever de governar para todos, e não apenas para seus eleitores. Governar exige descer do palanque e transformar a competição do momento eleitoral em cooperação para a promoção do bem comum, celebrando pactos e construindo consensos. Governar não é produzir um permanente estado de guerra entre cidadãs e cidadãos. Governar requer amplitude, generosidade, civilidade e respeito pela cidadã e pelo cidadão que votaram contra o governante”. Com o se vê, em Contagem colocamos em prática aquilo que o presidente Lula vem propondo em suas campanhas publicitárias: “União e reconstrução”; e “Brasil, um só povo”, traduzido para aqui: “Contagem, um só povo”. E podemos dizer que foi esta diretriz que explica, em grande medida, o enorme apoio popular que Marília tem em nosso cidade de Contagem. Pelo o que temos discutido no PT Contagem, a eleição em nossa cidade não será nacionalizada; não será Lula versus Bolsonaro nem direita versus esquerda; será governo versus oposição e continuidade versus mudança. Somos o governo Marília Campos e pela continuidade de nosso projeto político, econômico, social e ambiental para nossa cidade. Tudo indica que as eleições municipais em todo o Brasil também não serão nacionalizadas, repetindo a polarização de 2022; pesquisas que temos visto, os eleitores quando perguntados sobre o apoio de uma liderança nacional a um candidato, a resposta tem sido de que “pesa pouco” ou então “é indiferente”. Serão favoritos os prefeitos e prefeitas bem avaliados nos municípios, como Marília em Contagem. São tendências que precisamos reforçar em Contagem: a) se somos governo, governo bem avaliado, não temos porque antecipar o calendário eleitoral, vamos governar até o final, a antecipação só interessa à oposição; b) não vamos reforçar a nacionalização da eleição, nosso eixo é o debate sobre o projeto político, econômico e social para Contagem; tem sentido candidaturas mais nacionalizadas naquelas cidades onde o PT ou a esquerda é oposição, especialmente onde Lula venceu e mantém uma boa aprovação, como São Paulo, e que não é o caso, por exemplo, de Belo Horizonte; c) não será uma eleição de esquerda versus direita, pois Marília foi eleita com 51% dos votos, mas avançou muito mais as bases sociais, para 79% da população, e hoje aproximadamente 100 mil eleitores que votaram na oposição em 2020, hoje aprovam o governo dela; será uma eleição de governo versus oposição, de continuidade versus mudança; d) Marília está trabalhando, corretamente, para montar uma ampla coligação de centro-esquerda, onde estão fora sobretudo o PL e o Partido Novo, devido à concepção autoritária destes partidos e ao ultraliberalismo do “privatiza tudo”.

Veja algumas razões porque é possível “segurar no topo” a popularidade da Marília e fazer a conversão da aprovação em votos. Temos todas as condições de “segurar no topo” a aprovação do governo Marília Campos: a) pesquisa, muitos dizem, é um “retrato do momento”; acontece que o “bom momento” de Marília Campos já é longo e já dura três anos. Neste período, a aprovação da nossa prefeita sempre foi muito elevada, variando de 74% a 81%, ou seja, sempre foi a prefeita, dentre as grandes cidades, mais bem avaliada de Minas Gerais e do Brasil. Nas mais recentes pesquisas Marília atingiu 79% de aprovação popular pelo Instituto Realtime BIG Data. Outra coisa importante: Marília tem uma grande homogeneidade no desempenho em todos os critérios das pesquisas: região, sexo, idade, escolaridade, renda, atividade, religião. Toda esta avaliação do governo, o “retrato do momento” de três anos e a distribuição de votos bastante homogêneas é um sinal que a tradicional divisão regional do voto em Contagem poderá estar chegando ao fim, com uma “virada histórica” da Ressaca e Nacional para um “campo progressista” e o aumento da votação nas regiões sempre mais identificadas com Marília e o PT. Tudo isso sugere uma certa consolidação da aprovação da Marília; b) 2024 será o melhor ano de nosso governo: com um gigantesco plano de investimento de R$ 650 milhões, um recorde histórico, onde se destaca as obras da Fase 3 do Programa Asfalto Novo e outras as áreas e em todas as oito regiões; muitos investimentos serão feitos na saúde e na melhoria do atendimento, o que deverá melhorar a avaliação da prefeita nesta área; na educação serão cinco a seis Cemeis a serem inaugurados, além de avanços na educação integral e integrada e na modernização das escolas; a cultura, os esportes e o lazer deverá ter grande peso na aprovação da prefeita, considerando a reabertura e inauguração de muitas praças e parques, e muitas atividades de cultura, lazer e esportes; Contagem deverão manter um bom nível de geração de empregos e de oportunidades para sua gente; c) com um governo pela esquerda, como vimos nas realizações anteriormente, e com muita habilidade, Marília está em conversação para fazer uma ampla coligação de centro-esquerda em nossa cidade, envolvendo 16 partidos: Federação (PT; PCdoB; PV), PSB, MDB, União Brasil, PP, Republicanos, PSD, PDT, Federação (PSDB e Cidadania), Podemos, PRTB, PMN, Democracia Cristã, Federação (Rede e PSOL); além de 17 vereadores; d) Estamos criando, portanto, um sólido movimento de Continuidade em Contagem, que conta com a força do governo Marília, com grande aprovação da população; com o enorme alcance das mídias sociais do perfil pessoal da prefeita Marília Campos; com um sólido apoio na Câmara Municipal e nos meios políticos de nossa Cidade; a isto tudo irá se somar uma grande reorganização do PT Contagem, que fez uma mobilização de 3.400 pessoas nos seus encontros Setoriais e Regionais e vai para as ruas no primeiro semestre de 2024, com um boletim de massas de defesa de nosso governo; e) Vamos contar com o apoio crescente da população das regiões Ressaca e Nacional, onde, tudo indica, irá acontecer uma virada histórica. Com Marília, Ressaca e Nacional são mais Contagem. As regiões Ressaca e Nacional estão tendo os maiores investimentos e políticas públicas da história. Só no Programa Asfalto Novo, nas três fases, são 132 ruas e avenidas que receberão recapeamento asfáltico. Mas tem obras também de mobilidade urbana (viadutos, alças, novo sistema de transporte coletivo); nova UPAS e UBS; novos Cemeis e reformas de escolas; reforma e criação de praças e parques; equipamentos de cultura e esportes; habitação e saneamento básico. Ressaca e Nacional são MAIS Contagem!

LULA E JOSÉ DIRCEU: O PT PRECISA RETOMAR A CONSTRUÇÃO “DE BAIXO PARA CIMA”, NO “CHÃO DO BRASIL”, NAS “NOSSAS CIDADES”. O PT é um partido criado de baixo para cima, a partir das lutas sociais, teve também nas primeiras décadas de existência uma forte presença no “chão” de nosso País, que são as cidades brasileiras. As administrações populares em grandes cidades foram fundamentais para a nacionalização da forma petista de governar, que, mais tarde, chegou também aos governos de Estado e a presidência da República. Nos últimos meses, dois nomes históricos de nosso Partido tem feito duros diagnósticos da fragilidade do PT: Lula e José Dirceu. O que impressiona é como as críticas de pessoas tão importantes não tiveram qualquer repercussão no interior do PT, mas somente na mídia comercial. É dramático: se nem Lula consegue abrir o debate no interior do PT sobre as nossas grandes fragilidades, que vai conseguir?

Lula, no ato de filiação de Marta Suplicy falou em “salvar” o PT. “O PT tem defeito, mas é o meu partido, é o nosso partido e nós vamos consertar o defeito. Pensem, direção, candidatos do partido, autoridades do partido, pensem como nós vamos dar a volta por cima, para termos mais deputados, mais senadores e mais vereadores. Pensem. Vamos discutir, vamos lançar as pessoas que querem ser. Agora, eu quero salvar esse partido, que é a coisa mais importante que tem nesse país. Aí a minha ideia de trazer a Marta de volta”. Segundo Lula, na última eleição municipal de São Paulo, candidatas para a Câmara Municipal não tinham panfletos para fazer campanha. Isso teria acontecido porque o fundo eleitoral foi cooptado pelos deputados que têm mandato: “Esse é um dado concreto e objetivo. Que me perdoe, quem tiver raiva de mim pode falar, eu já tenho 78 anos, já sou presidente pela terceira vez, eu já fiz mais do que eu imaginei que poderia fazer. O partido tem que ter coragem. Não é o deputado federal que indica o candidato a vereador porque quer fazer dobradinha com ele depois. Não é o deputado estadual que indica o candidato a vereador. É o partido que indica os candidatos nesse país. Pelo amor de Deus, a história política desse país nunca teve um partido similar ao PT”. Para Lula, os candidatos não podem apenas se lançar para a disputa de cargos, mas devem ter qualidade para entrar no jogo político: “A gente não pode aceitar a política de fato consumado, eu quero me lançar e vou me lançar, eu quero me lançar, porque eu quero ser candidato, eu quero me lançar porque eu sou branco, eu quero me lançar porque eu sou mulher, eu quero me lançar porque eu sou negro, eu quero me lançar porque eu sou indígena. Está errado. Se a gente não fizer isso, não vamos crescer. É preciso ter em conta que quem tem voto nesse país é o PT, não é a cara pessoa, de cada um de nós. Mas o cara acha que tem que colocar a cara dele na televisão dois segundos: ‘Eu sou fulano de tal’. Não dá.”(…) Num texto divulgado nas redes sociais, quando do aniversário de 44 anos do PT, Lula defendeu “retomar as nossas raízes”: “No começo era só um retalho de pano vermelho que a Marisa pegou e costurou uma estrela branca por cima. Mas por trás daquela bandeira improvisada havia uma determinação muito sólida: mudar a história deste país. E nós mudamos. O PT nasceu enfrentando a ditadura. E ajudou o Brasil a vencer a ditadura. O PT cresceu num momento em que o povo não tinha direitos. E com apenas oito anos de existência ajudou a gravar na Constituição os direitos do povo brasileiro. O PT enfrentou o neoliberalismo. A ditadura do pensamento único. O fim da história. O fim do Estado. A crise financeira mundial de 2008. O golpe e as mentiras. A injustiça e o ódio das elites. E nunca se rendeu. Levamos 22 anos para chegar ao governo. E em apenas 13 anos no governo conseguimos o que nenhum outro partido, em qualquer momento da história, jamais foi capaz de realizar. Fizemos o país crescer com inclusão social. Tiramos o Brasil do Mapa da Fome. Colocamos o povo pobre no orçamento, na universidade e na vida digna. Aos 44 anos, temos que avançar ainda mais, mas sem esquecer de onde viemos. Retornar às nossas raízes, ao mesmo tempo em que nos renovamos para vencer novos desafios da era digital. É preciso percorrer de novo o Brasil, ocupar as ruas, conversar com as pessoas nos bairros, igrejas, locais de trabalho, movimentos sociais, universidades. Jamais perder de vista a sabedoria do povo brasileiro. Mas é preciso também promover o debate nas redes sociais. Combater o ódio, a desinformação e as fake news. E assim mostrar àqueles que de tempos em tempos anunciam a morte do PT, que nós estamos mais vivos do que nunca. E cada vez mais jovens. Viva o PT. E viva a extraordinária militância do PT”.

José Dirceu exprimiu suas posições numa ampla matéria no site Poder 360: “José Dirceu, que é uma dos maiores líderes na história do partido, também fez críticas à mobilização popular do governo. Ele disse que deveriam ter promovido campanhas sobre suas principais propostas, citando como exemplo o marco temporal de terras indígenas e a Reforma Tributária. Dirceu disse que o contrário se dá com a direita, que está, segundo ele, “ganhando a disputa político-eleitoral”, enquanto a esquerda perde territórios à medida que partidos do espectro político oposto se expandem. O ex-deputado citou PL –do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), PP, Republicanos, União Brasil e o PSD como exemplos de siglas que “estão ficando fortes” e criando novos diretórios pelo Brasil. A reorganização interna e mobilização das bases devem ser os maiores desafios do PT no ano eleitoral de 2024, segundo Dirceu. Ao mesmo tempo, o partido deve ponderar em quais cidades grandes e medianas deve investir esforços na campanha e apoiar candidatos de siglas aliadas. “Lula teve 60% dos votos em mais de 2.000 municípios, tem que eleger vereadores nessas cidades. Pelo menos 2 vereadores em cada. Depois temos que disputar em cidades médias e grandes e nos apoiar nos aliados e onde podem vencer”.

O PROCESSO DA NOVA CONSTRUÇÃO DO PT CONTAGEM DEVERIA SERVIR DE INSPIRAÇÃO PARA O PT EM MINAS E NO BRASIL. Não podemos falar em reconstrução porque o PT nunca esteve destruído; foi sustentado por alguns abnegados companheiros e companheiras durante anos. Não é fácil sustentar as instância partidárias, que não contam com recursos financeiros e tem poucas lideranças nas direções partidárias. Um único mandato de vereador é cinco a dez vezes maior do que um Diretório Municipal, por exemplo; quando somos governo quase todos os quadros políticos vão para o governo e sobra pouca gente para tocar o Partido. Nossa nova construção partidária tem sido diferente porque mais unitária e com projeto global para o nosso município; porque conservou lideranças importantes nas direções partidárias; porque conseguiu, aos trancos e barrancos, reorganizar as finanças partidárias e porque propôs e encaminhou um plano de construção que empolgou os filiados e simpatizantes de nosso Partido. Nossa nova construção partidária começou na campanha de Lula em 2022, quando fomos para as ruas no primeiro e segundo turnos; e com as propostas de reorganização do PT Contagem baseadas em cinco eixos: trabalho de base; formação política; comunicação; partido como espaço do encontro e da confraternização e reorganização das finanças. Veja uma pequena síntese do potente trabalho político que fizemos em Contagem e o que pretendemos fazer neste ano tão importante das eleições municipais:

a)Fortalecimento da direção partidária e incorporação dos simpatizantes na vida partidária. Uma realidade em todo o Brasil é o enorme enfraquecimento das direções partidárias. Nas cidades onde somos governos então não sobra quase ninguém para “tocar” a vida partidária. O que fizemos em Contagem? De comum acordo a direção do PT – Diretório e Executiva – montamos uma coordenação consultiva para além da direção partidária, incorporando membros da Executiva Municipal, petistas importantes do governo Marília Campos e militantes de base, como no meu caso, José Prata. Temos trabalhado de forma muito construtiva e com decisões consensuais; quando não tem consenso, o que é raro, remetemos o tema para a direção partidária decidir. Outra diretriz fundamental tem sido, além dos petistas filiados “de carteirinha”, uma ampla incorporação na vida partidária dos simpatizantes, em plenárias e reuniões não deliberativas, mas baseadas em decisões consensuais. Isto explica, em grande parte, os resultados excepcionais que temos tido no PT Contagem.(…) Agora, vamos lançar uma campanha de filiação partidária para incorporar mais organicamente ao PT Contagem dezenas de ativistas que participara de nossas atividades.

b)PT Contagem reuniu, em 2023, 3.400 pessoas nos seu processo de reorganização: Setoriais, Direções Regionais e outros eventos. O PT Contagem conseguiu reunir 3.400 pessoas – filiados e simpatizantes – em nossos encontros, sendo 1.100 em nove reuniões setoriais; 730 pessoas nos sete encontros regionais; e mais 1.550 pessoas em outras atividades: lançamento da revista do PT, Lançamento do livro de crônicas do José Prata; e primeira edição do Boteco. Os dois principais saldos foram a constituição de Grupos de ZAP (são 20 grupos, com 1.110 pessoas) e constituição de coordenações de base (em sete Regionais e quatro Setoriais). Não foi somente o número de pessoas presentes nas reuniões dos Setoriais e Regionais que impressiona. As reuniões começaram com pequenos atrasos muito próximo ao horário da convocação; elas duraram, em média, duas horas, com metade do tempo para palestrantes e metade para as pessoas presentes se manifestarem; as reuniões começaram cheias e terminaram cheias. Tivemos boas palestras e boas intervenções das pessoas das plenárias. É esta politização que explica todas aquelas fotos de final de reunião, com um grande número de pessoas. (…) Neste ano de 2024 queremos que todo esta organização partidária funcione e, para isso, dividimos na Coordenação do PT quem acompanha cada um dos Setoriais e Coordenações Regionais; queremos todas as instâncias com indicação de Coordenação e que elas se reúnam; é com base neste acúmulo que iremos para os grandes debates e disputas deste ano de 2024. É preciso um amplo protagonismo da militância partidária nos Setoriais e Coordenações Regionais, com reuniões “puxadas” pelos próprios companheiros e companheiras, com base em uma ampla agenda política para 2024: debate do programa de governo; participação nos Mutirões de Base; debate com movimentos sociais; debates de temas específicos – organizativos e políticos – de cada Setorial e Regional do PT.

c)Na formação, o maior destaque foi a revista “Contagem está feliz com Marília”, com 2 mil exemplares. Em Contagem, temos uma tradição de realização de estudos sobre nossa cidade nos aspectos econômico, social, urbanístico, administrativo e financeiro; Marília, quando deputada, publicou três edições de uma cartilha sobre nossa cidade e, além disso, temos uma ampla sistematização, em quatro revistas, dos dois mandatos da petista (2005 a 2012). Agora, o PT Contagem retomou esta tradição de estudos sobre a nossa cidade com publicações de peso: a revista “Contagem está feliz com Marília”, com 166 páginas e 2.000 exemplares; o caderno “Marília aqui e Lula lá”, com um completo balanço das eleições municipais. E temos em Contagem uma experiência pioneira no Brasil: o Blog do Zé Prata e Ivanir, publicado semanalmente, que se tornou uma referência do debate sobre nossa cidade, com 5,7, 9 artigos semanais, de militantes de Contagem, com análises e formulações sobre a realidade econômica e social de nossa cidade; mantido o ritmo teremos mais de 300 artigos ao longo do ano sobre Contagem.(…) Neste ano, na formação vamos dar prioridade ao debate programático para a nossa candidatura à Prefeitura. Destaque para o projeto “Roda de Conversa”, que vamos realizar mensalmente de março a junho, quando debateremos o Brasil, Minas Gerais e duas edições para o programa de governo para a Prefeitura de Contagem. O PT Contagem já indicou dois companheiros para participarem da formulação programática: diagnóstico e programa de governo.

d)Na comunicação vamos lançar o boletim “Nossa Voz”, com uma ampla tiragem; faremos os “Mutirões de Base”. Nos dois últimos anos – 2022 e 2023- realizamos duas campanhas nas redes sociais em defesa do governo Marília Campos, sendo uma campanha com o eixo “O jeito PT de governar faz Contagem melhorar” e a mais recente com o eixo “Contagem está feliz com Marília”; lançamos também o “Boletim do PT Contagem” para socializar para “dentro do Partido” as nossas propostas e realizações partidárias.(…) Temos uma tradição em Contagem de trabalhar com um mix amplo de comunicação: mídias sociais, jornais, carros de som, megafones, adesivos, etc. Somos a esquerda das redes sociais, mas também das ruas. Lula, representando uma posição bastante consensual no Partido, propôs uma revalorização das origens do PT: “É preciso percorrer de novo o Brasil, ocupar as ruas, conversar com as pessoas nos bairros, igrejas, locais de trabalho, movimentos sociais, universidades”. Mas como retornar às ruas, de mãos vazias, sem um boletim ou jornal, apenas no gogó? O PT precisa revalorizar as mídias tradicionais, que nos permitem divulgar nossas posições e políticas “olhando no olho das pessoas”. Por isso, o PT Contagem vai lançar o boletim “Nossa Voz” para a realização de grandes mutirões de base nas oito regiões de Contagem. Veja o que aconteceu com o próprio Lula no segundo turno: a coordenação priorizou gastos somente com TV, Rádio e Internet e deixou milhares de militantes em todo o Brasil, sem boletins, bandeiras, adesivos. Um absurdo!(…) E já retomamos também a campanha em defesa do governo Marília Campos na Internet, que será feita ao longo de todo o primeiro semestre, através de banners de maior conteúdo e vamos dar continuidade também a edição do Boletim Interno do PT.(…) Na comunicação temos em Contagem uma experiência que deveria servir de exemplo para o PT de Minas e do Brasil: os perfis individuais da Marília no Instagran e no Facebook, não se resumem a uma comunicação somente virtual; Marília mantém sua trajetória de militância de rua, ela não é uma prefeita somente de Gabinete, mantém uma agenda também quase diária nas ruas e nos equipamentos da Prefeitura, e, ao invés de gravar vídeos em Gabinetes e Estúdios, ela traz as demandas, conversas, e emoções das ruas para as redes sociais. Ou seja, Marília combina vivamente a comunicação de rua e virtual nas redes sociais.

e)No partido da confraternização avançamos muito com a inauguração do Boteco do PT Contagem, que é um enorme sucesso. Nosso pessoal da Juventude do PT estava certo: o Partido da Confraternização que está virando o PT Contagem vai contribuir demais em nosso projeto político. A primeira edição do Boteco foi um sucesso, onde as alternativas que criamos – jogos, música ao vivo – relaxa mais o pessoal com entretenimento e com menos “despachos políticos”. Veja o lançamento do livro: foi uma noite diferente, um ato lúdico de celebração do amor e das famílias, de todas as famílias. Não teve mesa política, nem discursos, nem citação das autoridades e lideranças presentes; foi, como na música de Ivan Lins, “somos todos iguais nesta noite”.(…) Por isso vamos apostar muito na consolidação do Boteco do PT Contagem, como um grande espaço do encontro da militância partidária. Neste ano, no entanto, temos, em função das eleições municipais, atividades demais e o Boteco vai ser um pouco diferente. Vamos lançar o projeto “Roda de Conversa”, uma sexta feira por mês durante quatro meses, de março a junho. Faremos algo parecido com o “Sexta Valente”, que existia em Belo Horizonte, com a diferença que primeiro faremos o debate, de 18 horas às 19:45 e o boteco será aberto em seguida e funcionará até mais tarde.(…) Partido como espaço do Encontro também precisa consolidar as creches para a militância, uma proposta sempre lembrada na esquerda e nunca realizada.

f)Nas finanças conseguimos alguns avanços que nos permitiram garantir o funcionamento mínimo do PT Contagem. Nas finanças conseguimos realizar uma cotização para o pagamento da revista sobre o governo Marília Campos, ampliamos o número de filiados contribuintes de nosso partido, o que possibilitou algumas melhorias na sede, que tem agora um espaço para reunião de mais de 200 pessoas, a garantia do pagamento em dia do aluguel, água, luz e outros gastos básicos, além de uma infraestrutura mínima para os nossos encontros, como lanche, mesas e cadeiras. Agora algumas melhorias terão que ser feitas na Sede do PT visando a eleição municipal.(…) Já deixamos claro que o pagamento em dia das contribuições será condição para participação de petistas em cargos comissionados futuramente. Não faremos mais cobranças individuais; o recado já foi dado pela nossa prefeita em plenária neste sentido, mas vamos informar periodicamente nos grupos de ZAP do PT a quantidade de contribuintes em dia e as condições financeiras de nosso Partido.

g)Jurídico: PT Contagem está firme em defesa de nosso governo e da prefeita Marília Campos e vai acionar a Justiça Eleitoral contra as fake News e mentiras da oposição. O Partido dos Trabalhadores (PT) tomou medidas legais ao acionar a Justiça Eleitoral contra um candidato derrotado nas últimas eleições municipais devido às recentes divulgações de notícias falsas sobre um imóvel da antiga UPA JK. Tanto o partido quanto a prefeita Marília foram alvos de diversas postagens enganosas, que desinformam a população sobre o status do imóvel em questão. De maneira inventada, o candidato derrotado afirmou que o Executivo Municipal e o PT haviam abandonado o imóvel, insinuando que este pertencia à prefeitura. No entanto, é importante ressaltar que o imóvel em questão pertence à Caixa Econômica Federal, uma instituição financeira pública, e não à prefeitura. Além disso, é relevante mencionar que quando a UPA JK deixou seu endereço anterior, Marília não ocupava o cargo de prefeita. Para além das mentiras propagadas, o PT denunciou à justiça a invasão do imóvel do banco pelo candidato derrotado, bem como seu uso indevido para fins de pré-campanha eleitoral, o que é proibido por lei. O partido reafirma seu compromisso com a verdade e com a defesa de sua grande liderança, a prefeita Marília. Afirmações mentirosas e falsas serão levadas ao judiciário com o objetivo de responsabilizar aqueles que as produzem e as disseminam.

h)Reeleger a prefeita Marília Campos com grande votação e ampliar nossa bancada na Câmara dos Vereadores serão nossas metas nas eleições municipais. Sobre a eleição para a Prefeitura de Contagem precisamos nos preparar para o cenário mais provável da eleição de Contagem: a definição da vencedora ou vencedor no primeiro turno. Isto deverá acontecer por dois motivos: a) a enorme aprovação popular da prefeita Marília Campos, que tem continuidade há dois anos, próximo de 80% e a intenção de votos muito robusta; b) o fato da disputa em Contagem, ao contrário da eleição de 2020 que teve 15 candidaturas, está encaminhando para uma relação muito enxuta de candidaturas, sendo que até agora são apenas três candidaturas mais expressivas. E veja só: as duas candidaturas de oposição tem o mesmo perfil, do extremismo político de direita, e não dialogam com o eleitorado mais de centro, centro esquerda e centro direita, e nem mesmo com o eleitorado da direita democrático. Então este quadro político, com poucas candidaturas a prefeito, deverá antecipar o segundo turno no primeiro turno. E claro vamos trabalhar duramente para que seja Marília Campos saia vencedora da eleição no primeiro turno.(…) Sobre a chapa de Vereadores e Vereadoras: a) proposição na nossa Federação de que a filiação de vereador com Mandato precisará da concordância dos três partidos da Federação: PT, PCdoB e PV; b) devemos fortalecer muito mais a chapa da federação e, especialmente a do PT, com filiação de novas lideranças, tendo como meta a eleição de 5 a 6 vereadores; os seis serão mais prováveis se o STF aprovar a exigência de coeficiente eleitoral para a eleição da primeira vaga de vereador sendo a sobra apenas para estes partidos; c) definida a nossa chapa de vereadores(as), a partir de uma estratégia ampla de convites a companheiros e companheiras próximos do PT a participarem dela, vamos trabalhar intensamente pela fidelização de nossa militância – filiados e simpatizantes – com os candidatos(as) do PT Contagem; não terá candidatos com pés em duas canoas, nossas instâncias partidárias e nossos grupos de Zap serão para campanha apenas dos candidatos petistas; d) o PT Contagem vai priorizar desde já o apoio aos nossos candidatos e candidatas, especialmente na parte de comunicação: banners e edição de vídeos; e) na campanha vamos trabalhar para que nossa chapa de vereadores e vereadoras priorize, já no primeiro turno, a nossa candidata a prefeita, de tal forma que nos fortaleça na disputa majoritária e ao assumir tal atitude o PT poderá também ser muito favorecido nas candidaturas proporcionais já que nossos candidatos terão grande visibilidade.

i)Lançamos o debate em Contagem de uma reorganização dos movimentos sociais com a recuperação do sindicalismo e com uma atuação mais unificada nestes movimentos. Um partido de esquerda como o PT não pode ser um fim em si mesmo; viver apenas para o debate interno. Sua função é militante, é lutar pelas transformações políticas, econômicas e sociais na sociedade. Mudar o PT Contagem de patamar significa um projeto ambicioso de luta para que as grandes conquistas de nosso governo sejam apropriadas pela população, contribuindo, portanto, para mudanças profundas na cultura política de nossa cidade; uma Contagem democrática, solidária e anti-fascista.(…) Assim, os Setoriais e as Regionais do PT devem se engajar nas lutas sociais em nossa cidade. Em um primeiro momento, e isto foi muito importante, nossas reuniões visaram politizar nossa representação no governo Marília Campos. Agora precisamos avançar ainda mais; devemos buscar a vinculação com todas as formas de movimentos sociais já existentes na cidade; tais como sindicatos, ongs ambientais, movimentos culturais, associações de bairro; e também nos conselhos de participação popular do município; etc. Outra forma militante é a militância partidária, por exemplo, a distribuição do Jornalzinho do PT, que iremos lançar neste primeiro semestre. (…) Nas reuniões dos Setoriais iniciamos a “elaboração de teorias” para os movimentos sociais. É preciso superar os micro-movimentos sociais e apostar em movimentos mais potentes. A realidade que temos hoje é uma enorme fragmentação dos movimentos sociais; vinculados a partidos, tendências, ou cidadãos e cidadãs de um modo geral; muitas vezes movimentos sociais são criados por cinco a dez ativistas. No Setorial dos Direitos Animais, o que polarizou o debate, contando com ampla concordância, é a necessidade de criação de movimentos sociais mais amplos em nossa cidade. Ao invés de micro-movimentos sociais ambientais, de mulheres, igualdade racial, defesa animal, juventude, é preciso envidar esforços para a unificação destes movimentos para torná-los mais potentes. Foi proposto concretamente uma grande articulação em Contagem para a unificação dos petistas e de outros setores progressistas da sociedade em torno de movimentos sociais mais amplos e potentes.(…) O principal movimento social, que é o sindicalismo, precisa ser recuperado politicamente. É fundamental discutir a reforma trabalhista e a reconstrução dos Sindicatos. O governo Lula tem conseguido um apoio razoável do Congresso Nacional para propostas importantes, como a reforma tributária, novo arcabouço fiscal, retorno de programas sociais. Mas em pontos importantes as resistências são muitas, como no caso da reforma trabalhista, e temas como terceirização, trabalho intermitente e outros. A reorganização dos sindicatos passa, portanto, pela supressão da precarização do trabalho; garantia da autonomia dos sindicatos; garantia de financiamento dos sindicatos; organização por local de trabalho; e ampliação da negociação coletiva.

j)Somos céticos com a nacionalização das campanhas municipais, mas não somos provincianos e temos uma sólida participação nos debates dos rumos de nosso Estado e de nosso País. Historicamente os mandatos parlamentares de Contagem – Marília Campos, Durval Ângelo e agora de Miguel Ângelo – temos uma participação importante na politização e na formação política na esquerda mineira. Não acreditamos que a nacionalização resolva as enormes fragilidades do PT nos municípios; mas não somos provincianos.(…) Fizemos uma campanha histórica em defesa de Lula e Kalil. Tradicionalmente nas campanhas de rua no Brasil, no primeiro turno, o foco são as campanhas proporcionais para deputados federais e estaduais e as campanhas majoritárias são secundarizadas e feitas “por dentro” das campanhas proporcionais. Mudamos isso em Contagem. Fizemos em Contagem uma forte campanha no primeiro turno para Lula e Kalil, com muitos cards programáticos; reuniões em locais fechados; caminhadas de rua e carreatas; e nosso famoso “Sextou com Lula e Kalil”. Alexandre Kalil reconheceu, inclusive, que Contagem fez a melhor campanha em defesa de sua candidatura.(…) Não somos provincianos. Temos, desde sempre, uma participação fundamental no debate programático de Minas Gerais. Eu, José Prata, redigi, desde 2003, oito estudos sobre Minas Gerais: Um olhar sobre Minas Gerais (2004), publicado pelo Mandato da Marília e com o apoio de Durval Ângelo; Minas cresce com o Brasil (2006); Um novo olhar sobre Minas Gerais (2009); Minas no centro da disputa nacional (2011); Por que Dilma e Fernando Pimentel venceram as eleições em Minas? (2015); Um olhar sobre Minas Gerais (2019); Um olhar sobre Minas Gerais (2022) e o estudo mais recente: Minas precisa de um “plano de resgate” (2023). Este último estudo causou a ira de algumas lideranças do PT Minas por apontar um caminho alternativo para a recuperação fiscal de nosso Estado; sem argumentos, e de forma desleal e sectária, nos colocaram como “aliados” de Romeu Zema no debate do Regime de Recuperação Fiscal. Sou, sem arrogância, na esquerda mineira quem mais estudou e estuda Minas Gerais; temos em Contagem um enorme acúmulo na retirada de nossa cidade da falência; e todo este acúmulo foi rejeitado pelo PT Minas. Inacreditável! Marília, motivada pela defesa da cidade de Contagem, teve participação importante no debate do plano de recuperação fiscal; no desbloqueio de R$ 4 bilhões da saúde para os 853 municípios mineiros e mais recente liderou a luta pela revisão da absurda lei do ICMS Educação.(…) Não somos provincianos. Temos uma produção sobre o Brasil, publicada pela deputada Marília Campos e por mim, que nenhum outro parlamentar ou diretório petista de país tem. São dezenas de cartilhas, textos, livros sobre os mais diversos assuntos. Brevemente será lançado meu novo livro, Avançar a construção do Estado Social, que sintetiza minhas contribuições à esquerda brasileira nos meus 47 anos de militância política. (…) Temos sim um olhar especial para nossas cidades, que são o “chão” do Brasil, mas temos um olhar muito voltado também para noss o Estado e nosso País.

José Prata de Araújo é economista.

ANEXO: TABELAS

Tabela 1
Evolução do número de prefeitos por Partido – 2004 a 2020

Tabela 2
PT que já foi expressivo nas grandes cidades, hoje é muito fraco

Tabela 3
Com as mudanças de Partido, PSD se tornou o maior partido municipal

Tabela 4
Número de vereadores por Partido – 2004 a 2020

 

Tabela 5
Número de prefeitos e vereadores do PT por Estado – 2020

Tabela 6
Partidos que elegeram prefeitos de capitais nas eleições de 2020

Outras notícias