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José Prata: O gestor de palavras e da documentação histórica de um grande legado, por Isadora Scórcio

Na última segunda-feira, dia 17 de julho, tive a oportunidade de participar do lançamento da revista “Contagem está feliz com Marília”, um compilado de textos que documenta as realizações do terceiro mandato da prefeita Marília em nossa cidade, e que foi organizada por José Prata.

Ao chegar no clube Yucca, onde foi realizado o lançamento, já era possível sentir um clima contagiante que aquecia o ambiente em uma segunda-feira fria do mês de julho. Um grande encontro e reencontro com as mais diversas pessoas, que traziam dentro de si um sentimento comum de felicidade. Adesivos com a foto de Marília, enfeitavam altivamente as camisas de centenas de pessoas, que estavam ali para compartilhar e vivenciar aquele verdadeiro acontecimento político. O clima era de festa, majoritariamente de festa!
Pessoas comuns de diversos lugares da cidade iam chegando aos poucos e dando forma a uma diversa multidão, pessoas de vários partidos e movimentos sociais, deputados, vereadores e empresários da cidade se encontraram ali com o objetivo primeiro de comemorar as mais diversas conquistas que um governo comprometido e popular poderia oferecer à população de uma cidade, é que agora também estava documentado historicamente pela revista.

Ao iniciarmos a atividade, fui ainda mais envolvida por diversos sentimentos e me vi em uma atmosfera de flashbacks e flashforward (como chamamos nos estudos literários as memórias ativadas e construídas através de recursos estéticos e que nos fazem “transitar no tempo”). Era como se eu estivesse experienciando uma narrativa literária, daquelas que nos envolve completamente. Ressoava dentro de mim ao observar aquelas mais de 1000, o poema “mãos dadas” de Carlos Drummond de Andrade. O frio desapareceu aos poucos, e o calor de todas aquelas pessoas, vivenciando aquele momento único e compartilhando desejos e sonhos que nunca envelhecem, fez o ambiente ficar aquecido e aconchegante, mesmo estando lotado!

José Prata, abriu o evento e falou sobre as motivações que o levaram a produzir a revista, seus anseios políticos coletivos para o próximo período, o seu cuidado em buscar as mais diversas áreas do governo sem deixar nada de fora, seu esforço cirúrgico para construir um método de pesquisar e relacionar o governo atual com os outros governos anteriores de Marília e, principalmente, sobre a importância que essa produção escrita, que é uma documentação minuciosa sobre gestão mas também sobre posições e concepções, têm historicamente para que não se perca no tempo um legado brilhante como o de Marília e seu projeto político.

Nesse momento, foi impossível não pensar sobre como a produção escrita é capaz de dar ainda mais materialidade e consistências às coisas, historicamente, foi a produção escrita que permitiu que avançássemos enquanto sociedade, conhecendo a nossa própria história, interpretarmos o mundo através de textos. Para Foucault, entre “as palavras e as coisas”, existe algo fundamental e determinante para a nossa compreensão do mundo enquanto sujeitos sociais, a linguagem. Para mim a revista é isso, uma colaboração para compreendermos o todo através do indivíduo. Eu que sou estudante de letras e grande entusiasta das palavras, talvez me interesse excessivamente por elas, e confesso que ver transformado em texto a retomada da felicidade coletiva da cidade através de um projeto político, me deixou bastante emocionada.

Na fala do presidente do PCdoB de Contagem, secretário de governo e meu companheiro de vida e de luta por um mundo melhor, fui transportada para a primeira vez que me encontrei com Marília, em uma plenária do meu partido, um momento especial em que conheci pessoalmente aquela figura que eu sempre admirei e acompanhei. Na ocasião, Marília, ainda não era nem candidata, mas a cidade já clamava por sua volta e um movimento natural surgiu dos anseios da população da cidade. “Volta Marília” era a palavra de ordem que ecoava em todas as conversas sobre Contagem e eu e o PCdoB, obviamente, fazíamos orgulhosamente parte desse coro de milhares de vozes. Na ocasião, uma plenária cheia de pessoas comuns da nossa cidade, o tom das falas era sempre o mesmo e todas corriam sempre para o mesmo lugar, não havia uma “Terceira margem do rio” como no famoso conto de Guimarães Rosa, todas as manifestações formavam um influxo que conduzia a uma única “margem do rio”, dando voz a um uníssono apelo: o retorno de Marília a prefeitura. Quase no final daquela plenária me lembro de ter tomado coragem para pedir a palavra, falei com o objetivo de engrossar aquele coro social, eu me sentia no dever de dizer a ela que nós, contagenses, de origem ou de coração, víamos nela a nossa única esperança.

Precisávamos de algo que só ela poderia nos oferecer: uma gestão à frente da prefeitura que tivesse como princípio o amor pela cidade e o respeito por sua gente e pelo patrimônio público.

Precisávamos de política com afeto, com compromisso e humanidade, com presença, com gestão qualificada e que se importasse com a felicidade e a vida de quem mais precisa, e ela reunia todas as condições e tinha a seu favor a sua própria história. Falei com o coração naquele dia assim como falo agora, as palavras se articularam através dos sentimentos e não do raciocínio lógico e se nunca me arrependi de ter falado naquele dia, hoje quase quatro anos depois, eu sinto um orgulho enorme de ter feito parte desse coro e falado, afinal de contas, “contra fatos não há argumentos” e a vida concreta da cidade demonstra na prática que o povo estava certo e que só ela poderia materializar um projeto de retomada da nossa felicidade.
Agora, além do legado teremos a revista, que transforma em um documento essa realidade para que ninguém nunca mais se esqueça.

Em meio a essa atmosfera que nos envolvia completamente eu passeava entre o presente e o passado, entre devaneios e reflexões. Quando, enfim, Marília falou para encerrar nosso encontro, ouvi-la foi ainda mais esclarecedor, era como se as ideias encontrassem definitivamente o seu lugar e também foi uma forma de me fazer viajar para um possível futuro. Marília falou sobre sua vida, sua trajetória e sobre seu governo. Fez menção a suas referências políticas, demonstrou sua gratidão a todos que fizeram e fazem parte desse projeto que ela lidera e, mais que isso, fez questão de deixando evidente a sua certeza de nunca ter feito nada sozinha e como isso foi determinante para o seu sucesso individual, mas também e principal para o sucesso de uma causa coletiva.

Em uma fala de pouco mais de 6 minutos, transmitiu mensagens profundas que ainda agora ecoam na minha cabeça e me fazem ter ainda mais certeza do que faz de Marília uma liderança política tão diferente, tão respeitada e amada. Ela fez questão de reiterar mais de uma vez que as suas realizações “não são apenas fatos. São concepções, ideias e convicções” e que tudo isso é fruto de um trabalho coletivo, da inspiração que ela tem em outras lideranças como, por exemplo, o presidente Lula e das contribuições históricas de vários partidos.

Marília também falou sobre o compromisso que ela tem e que todos devem ter, com a esperança e confiança das pessoas. Afirmou que para ela, promessa é dívida que ela faz questão de pagar, e nesse momento, mais um flashback, voltei para a campanha eleitoral que a elegeu, me lembrei das nossas incontáveis carreatas, em que tive o privilégio de compartilhar com ela o carro de som e o microfone. Me lembrei das promessas (gestadas em várias reuniões de construção do plano de governo e que em grande maioria tiveram a condução do Prata) e que foram feitas e divulgadas cuidadosamente por nós ao logo de todo o processo eleitoral, eram nosso norte para manter uma campanha em alto nível e agora estavam ali materializadas, realizadas ou prestes a se realizar, diante dos meus olhos e dos olhos de milhares de pessoas da nossa cidade que fizeram a apertadíssima escolha de elegê-la. Refletindo sobre isso, me pego pensando em como ter feito parte em alguma medida dessa história é gratificante e de como é bom estar do lado certo da história.

Marília encerrou sua fala me transportando para um futuro próximo, um flashforward de um tempo que não conheço mas que quase posso prever. Marília encerrou sua fala dizendo que se Contagem está feliz hoje, ficará ainda mais feliz, pois ela ainda terá mais de um ano à frente da prefeitura. Eu “não cantarei um mundo futuro” aqui nesse texto, mas por considerar “a enorme realidade” seguirei de “mãos dadas” com esse projeto político que me virou do avesso e me fez acreditar ainda mais no potencial transformador da política e na necessidade de termos cada vez mais líderes políticos comprometidos em governar com o povo e para o povo, como ela faz.

Para encerrar por aqui, mesmo que ainda pudesse seguir falando por muito mais tempo sobre todo o simbolismo que o evento de lançamento da revista e a revista em si, trazem para o campo político de esquerda, inclusive em um âmbito nacional, pegarei emprestada algumas palavras do genial, Machado de Assis: “Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução.”, recorro a essa frase para dizer que, Marília e Prata, nos presenteiam com a possibilidade de expericiar os três. Em um movimento complementar entre dois seres completamente diferentes – o que eu considero uma práxis dialética na essência – podemos experimentar com Marília prefeita a possibilidade de vivenciar a construção coletiva que se da com muitas ideias que se conectam para formar um grande governo. Marília prefeita, também nos presenteia com uma verdadeira revolução na forma de governar, que transforma a vida das pessoas através de um política responsável e afetiva. Já com, Prata, podemos sonhar e desejar depois dessa belíssima revista, um livro, livro esse que se faz urgente e necessário para a política brasileira e principalmente para o nosso campo de esquerda.

Encerro assim esse relato, deixando aqui a minha singela sugestão, de que possamos ser presenteados em um futuro próximo com um livro, que reúna além da brilhante biografia de Marília, as suas realizações nos três (ou quem sabe dos quatro) mandatos a frente da prefeitura e sua atuação e contribuição como parlamentar. Afinal de contas, se há alguém que reúne todas as condições necessárias para a construção desse livro, essa pessoa tem nome e sobrenome e nós já conhecemos muito bem: José Prata! E se nas primeiras páginas dessa revista Marília tem sua história diretamente relacionada a “saga” do povo de Contagem, ouso dizer que é preciso que alguém se arrisque a ser o nosso Homero e escreva a nossa epopeia.

Isadora Scórcio é graduada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), secretária de Organização do PCdoB-Contagem e Coordenadora do Cursinho Popular Dom Quixote.

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