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Gisa Lopes e Ulisses ManoelMulheres líderes — o empoderamento feminino na economia solidária

A proposta desse texto é pensar o lugar das “Mulheres líderes” tendo como orientação coletiva majoritariamente feminina Economia Solidária da Região Metropolitana e em Contagem. Para tal, vamos apresentar um estudo recente feito por um projeto de extensão da PUC MINAS. Analisando o perfil socio econômico das empreendedoras, empreendimentos e suas práticas de gestão.

No dia 28 de maio, aconteceu a Conferência Metropolitana de Economia Solidária na cidade de Contagem/MG. Um evento reuniu representantes de entidades, organizações e empreendimentos de economia solidária da região metropolitana, em Minas Gerais.

Houve várias atividades na conferência, entre elas a exposição da professora da PUC Minas, Soraya C Pongelupe Lopes, apresentando uma pesquisa recente, escrita com a participação de mais três pesquisadores, intitulada “Desafios e perspectivas na gestão de empreendimentos de economia solidária na RMBH: um estudo sobre práticas gerenciais e impactos do perfil dos empreendedores.”

Logo no início, a professora Soraya realizou uma contextualização quantitativa categórica sobre a Economia Solidária que vale a pena descrever alguns dados utilizado pela mesma.

Atualmente a Economia Solidária é responsável por movimentar 3% do PIB nacional, isso equivale a R$100 bilhões por ano. O setor possui 8,5 milhões de artesões, sendo a maioria mulheres, que retira do seu ofício sua principal renda familiar. (Sicab, 2023) O Brasil tem atualmente 20.670 empreendimentos, do qual participa 1.425.158 trabalhadores e trabalhadoras. (CADSOL, 2023). Em Minas Gerais são 2805 empreendimentos cadastrados, distribuídos nas mais variadas atividades. (CADSOL, 2022).

Após contextualizar, trouxe os dados do estudo já identificado acima. Este teve como objetivo realizar leitura socio economia dos empreendimentos, empreendedores e as práticas de gestão. Cadastrados a RMBH, juntamente com a capital mineira tem 800 empreendimentos. A pesquisa conseguiu através dos questionários recolher amostragem maior que 10% de todos os empreendimentos.

Historicamente, as mulheres têm sido marginalizadas no mercado de trabalho convencional, enfrentando desigualdades salariais, limitações de acesso a posições de liderança e condições de trabalho precárias. No entanto, a economia solidária surge como um espaço onde essas barreiras podem ser superadas, por meio de cooperativas, associações e outros empreendimentos coletivos, as mulheres encontram oportunidades para exercer seu protagonismo econômico, social e político.

Além disso, a participação em empreendimentos solidários proporciona às mulheres um ambiente mais igualitário e inclusivo, onde as decisões são tomadas de forma coletiva e transparente. Esse modelo de gestão favorece a distribuição justa dos recursos e a valorização do trabalho feminino, permitindo que as mulheres desenvolvam suas habilidades e talentos em um contexto de apoio mútuo e solidariedade.

A economia solidária também contribui para a emancipação das mulheres ao promover a educação e a formação contínua. Em Contagem, a política pública dessa área inclui formações internas e através de parcerias que abordam desde técnicas produtivas até temas como empoderamento feminino e direitos humanos. Essa formação integral capacita as mulheres para enfrentar os desafios do mercado de trabalho e da vida em sociedade com mais segurança e conhecimento.

Outro aspecto importante é a capacidade da economia solidária de responder às necessidades específicas das mulheres, especialmente daquelas em situação de vulnerabilidade. Projetos voltados para a geração de renda e inclusão social têm um impacto significativo na vida de mulheres que são chefes de família, vítimas de violência ou que vivem em comunidades carentes. Através desses projetos, elas encontram uma rede de apoio e uma fonte de renda que lhes proporciona maior estabilidade e dignidade.

Em resumo, ao entendermos o protagonismo das mulheres na economia solidária através da pesquisa, vimos que essa notoriedade é um fenômeno transformador que contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Ao valorizar e fortalecer a participação feminina, a economia solidária não só promove a igualdade de gênero, mas também impulsiona o desenvolvimento sustentável e coesão social.

As mulheres por sua vez, enriquecem o movimento com sua resiliência, criatividade e capacidade de organização, demonstrando que um modelo econômico mais humano e inclusivo, é possível.

Giselle Lopes é licenciada em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Minas Gerais e graduanda em Gestão de Projetos Culturais pela Universidade Cruzeiro do Sul. Atualmente, ocupa o cargo de Superintendente de Geração de Renda e Economia Solidária na Prefeitura de Contagem.

Ulisses Manoel é Coordenador Pedagógico da Qualificação Profissional na Prefeitura de Contagem.

 

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