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Lucas Costa: A pesquisa científica e a universidade no poder público

A pesquisa científica é vital para o avanço de uma sociedade e a inovação. Suas contribuições vão muito além do desenvolvimento de tecnologias e não incluem somente as soluções médicas inovadoras, como vacinas e tratamentos para doenças antes consideradas incuráveis. No entanto, é crucial reconhecer que a pesquisa científica abrange um espectro muito mais amplo do que o trabalho na área da saúde e em laboratórios.

Nesse ponto, é essencial entender que a pesquisa científica permeia todas as áreas do conhecimento. Desde a filosofia até a teologia, e das engenharias às ciências sociais, todas essas disciplinas dependem de métodos científicos para fazer novas descobertas, fazer diagnósticos e encontrar soluções.

Apesar dessa abrangência, no Brasil, hoje, vivemos em um cenário onde o mercado privado se mantém longe das pesquisas científicas. Ao contrário dos Estados Unidos, onde é comum empresas investirem significativamente em pesquisa e desenvolvimento, no Brasil é raro que empresas, exceto as grandes corporações, invistam em pesquisadores ou financiem pesquisas. No geral, o empregador brasileiro não é muito crítico a esse respeito. Prefere importar soluções “de fora” da empresa, comumente contratando consultorias que vendem pacotes prontos de soluções (que na maioria dos casos não funcionam quando aplicadas) do que fazer isso por si mesmo, com auxílio de um profissional competente da área. Esse fenômeno pode ser atribuído a uma falta de visão a longo prazo e a preconceitos infundados, onde pesquisadores são frequentemente rotulados de forma ideológica, o que não deveria interferir no mérito científico de suas pesquisas.

A universidade, portanto, distanciou-se do mercado. Esse fenômeno no Brasil é tão evidente que se manifesta nos seguintes fatos: (1) as universidades públicas geralmente focam intensamente em pesquisa, ao passo que as universidades privadas não; (2) os alunos ingressam na universidade com o objetivo exclusivo de atuar no mercado de trabalho, muitas vezes por desconhecerem a pesquisa científica, sendo que a maioria deles provém dos cursos de ciências da natureza e exatas; e (3) a falta de um cenário favorável no mercado para pesquisadores faz com que entusiastas de todas as áreas acabem optando pela licenciatura, área na qual são mal remunerados, o que resulta na diminuição da procura por esses cursos e, consequentemente, na queda da qualidade.

Todos esses fatores influenciam o serviço público, que muitas vezes, tenta emular práticas do setor privado. Mas, mesmo assim, por causa da diferença da natureza entre ambos os setores, ainda existe uma forte presença de pesquisadores e cientistas no setor público, onde o objetivo não é o lucro, mas sim fornecer um serviço de qualidade e responder às necessidades dos cidadãos.

Um exemplo notável de integração entre pesquisa, conhecimento e gestão pública pode ser observado em Contagem, sob a administração de Marília. Iniciativas como este Blog, o “Blog do Zé Prata & Ivanir”, editados pelo economista José Prata Araújo e o sociólogo Ivanir Corgosinho, demonstram uma aproximação significativa entre a gestão municipal e o mundo acadêmico. Este blog permite que tanto servidores quanto não servidores contribuam com análises profundas sobre variados temas da política municipal: mobilidade, transporte, obras, saúde, cultura, educação, conjuntura política, economia urbana e regional, gestão pública municipal, entre diversos temas.

Essas contribuições são essenciais para que a gestão municipal não apenas acompanhe as discussões políticas atuais, mas também desenvolva políticas públicas baseadas em evidências sólidas e bem fundamentadas. Ao ler o Blog, é possível observar a preocupação com que as propostas e ideias são elaboradas e o que molda todas as decisões da gestão municipal. Ao mesmo tempo, os articulistas e os leitores participam com assiduidade das propostas, sugerindo temas, levantando debates, participando das discussões públicas e, ao mesmo tempo, construindo coletivamente uma política pública baseada em evidências e dados.

Outro exemplo é o desenvolvimento, na própria prefeitura, de setores dedicados exclusivamente à pesquisa científica, como o setor de Comunicação da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos, que apresenta uma inclinação significativa para a área científica. De acordo com o planejamento do setor, “o Departamento é responsável pela elaboração de análises, pesquisas e estudos destinados a aprimorar a eficácia da comunicação, melhorar o planejamento estratégico e fornecer subsídios, baseados em fundamentos científicos sólidos, para a tomada de decisões da gestão municipal”. O setor já publicou dois trabalhos científicos e, diariamente, investiga temas que abrangem tanto questões internas da secretaria (como a implementação de práticas, métodos ou tecnologias que resolvam conflitos e otimizem processos, por exemplo) quanto externas (analisando o cenário externo para determinar como essas questões influenciam o progresso das atividades desenvolvidas pela secretaria, por exemplo).

Ainda há outros exemplos que podem ser citados, como o crescente envolvimento de diversos servidores na vida universitária, onde apresentam trabalhos em eventos de natureza científica, inclusive em âmbito internacional. E é aí que está o segredo do sucesso de toda essa gestão Marília Campos. O governo de Marília se diferencia dos demais e tem tomado decisões mais acertadas precisamente porque valoriza o conhecimento científico!

Não é por acaso que Marília se destaca na liderança, chegando a isolar-se de seus adversários em todas as pesquisas eleitorais. Durante essa semana, a pesquisa Datatempo mostrou que prefeita Marília Campos está na liderança da corrida eleitoral com uma margem de frente impressionante: 74,6% da intenção de votos válidos, o que a aproxima da possibilidade de uma vitória no primeiro turno!

A meu ver, esse destaque deve-se ao conhecimento científico, que, no caso de Marília, está completamente alinhado com os valores do diálogo e da democracia. É por meio dele que tantas ações e intervenções foram executadas em seu governo.

Lucas Carneiro Costa é comunicador e pedagogo. Mestrando em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa.

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