A questão do transporte público é desafiadora para todos os municípios, sobretudo aqueles que integram regiões metropolitanas. Pensar em alternativas isoladas e limitadas à própria cidade é o que tem sido feito até aqui, mas, por razões óbvias, sem avanços que resultem em melhoria da mobilidade para a população. Marília Campos, há anos, trava uma batalha para desenvolver um projeto que verdadeiramente integre os territórios. A luta vem apresentando resultados importantes, mostrando que a solução está em uma liderança potente.
Em Contagem, Marília tem conduzido um projeto que vai transformar a mobilidade urbana da cidade. O Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) está sendo implantado com cautela e visão, após passar por revisão detalhada, que corrigiu falhas presentes na concepção elaborada pela gestão anterior, como a retirada de um terminal que sacrificaria o tradicional camelódromo do Eldorado, patrimônio da cidade e ponto de geração de emprego e renda para centenas de famílias. A prefeita teve também que reequilibrar contratos e nomear empresas com maior capacidade de execução. O resultado é o avanço nas obras, dada a complexidade das intervenções.
O SIM vai tornar o transporte público mais ágil, eficiente e barato. Mas, é indispensável que ele esteja integrado com as demais cidades da região metropolitana. Até porque, 60% da frota de ônibus que circula em Contagem está sob a jurisdição do governo estadual. Por isso mesmo Marília vem aprofundando o diálogo com o estado, a fim de pensar a questão de forma ampla.
Mas a mobilidade não pode depender apenas das linhas de ônibus. Visionária, Marília defende a expansão dos meios de transporte, os chamados modais, como o trem de passageiros, o metrô e as ciclovias. Neste ponto, Marília mostra sua força como gestora e líder capaz de reunir governos e entidades, sobrepondo inclinações ideológicas, divergências, em prol do interesse que deve ser de todos que trabalham pelo desenvolvimento de Minas.
As ações protagonizadas por Marília Campos são muitas. Recentemente, ela propôs a criação de agência de transporte metropolitano, envolvendo prefeitos da Região Metropolitana de Belo Horizonte, representantes do Estado e demais atores políticos e da sociedade civil para discutir as soluções para o transporte público. Na sequência, Marília apresentou ao Governo de Minas Gerais um estudo realizado pela Transcon de extensão do metrô em Contagem para o bairro Beatriz, com estação no Parque São João. A proposta é integrar com o terminal Sede do SIM que será construído em breve. Desta forma, um número muito maior de pessoas será atendido, beneficiando inclusive e sobremaneira a cidade de Betim. Estima-se que mais de 43 mil usuários só das linhas municipais passarão por esta estação. Ao contrário da ideia de gestões anteriores de levar o metrô para o Novo Eldorado, este projeto vai aumentar e muito o fluxo e trazer mais clientes para a concessionária que administra o modal.
Outra proposta de Marília apresentada ao estado e às prefeituras de Betim e Belo Horizonte, foi a reativação do transporte sobre trilhos na cidade, um projeto simples e barato, com potencial de implementação a curto prazo, que desafogaria o sistema de ônibus públicos e metrô. O projeto conceitual prevê, inicialmente, um traçado de 41,1 km de extensão, partindo do centro de Belo Horizonte, com paradas no bairro Beatriz, em Contagem, e duas em Betim, gastando em média 30 minutos de deslocamento para todo o trajeto.
A alternativa do trem de passageiros, comprovadamente viável, foi levada por Marília até Brasília, nesta semana, e apresentada à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ao Ministério dos Transportes, a fim de liberar recursos de outorga que estão parados aguardando bons projetos como este. Assim como vem articulando junto ao governo federal a extensão do metrô em Contagem e a construção de duas passagens de nível que precisam ser feitas na rodovia BR-381, essencial para integrar os bairros da região Riacho e Industrial.
Além de criar soluções para integrar Contagem com os municípios vizinhos, pensando em uma lógica simples, mas revolucionária, de que quanto menos tempo a pessoa ficar presa no trânsito, mais tempo ela terá para se dedicar à família, ao lazer e ao descanso, Marília tem soluções também para a mobilidade ativa e sustentável. Assim, está implantando nos principais corredores da cidade ciclovias e ciclofaixas que estimulam aos moradores a se deslocarem por pequenos trajetos de bicicleta, diminuindo a produção de gases nocivos ao meio ambiente e, de quebra, levando o cidadão a ter uma vida mais saudável, com a prática diária de atividade física, seguindo exemplo das cidades mais desenvolvidas do mundo, como Amsterdã, na Holanda, Tóquio, no Japão, e Londres, na Inglaterra.
Marília tem travado uma luta muitas vezes solitária (desde os tempos em que era deputada estadual e participava da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa) para transformar todos esses projetos em realidade. Mas é fundamental que as lideranças dos municípios abracem a causa e não pensem apenas no seu ‘canteiro’. Belo Horizonte, por exemplo, vem defendendo a implantação do sistema BRT na avenida Amazonas, com 24 km de extensão. Mas, se este sistema não estiver integrado com Contagem, onde o corredor inicia, ele será eficiente? E os gargalos gerados pela bem-vinda construção da Arena MRV, que impacta uma das principais vias que ligam a capital ao nosso município, a Via Expressa, como serão solucionados?
Sem diálogo, debate e união, o futuro é incerto. Marília tem carregado nos ombros esta urgente pauta, graças à sua admirável capacidade de liderar projetos ambiciosos e de articular com todas as frentes,as esferas federal e estadual. E como ela tem reforçado, é preciso vontade política, coisa que a prefeita de Contagem já mostrou ter de sobra.
Rômulo Fegalli é jornalista e pós-graduando em Comunicação Pública e Governamental pela PUC-MG